quinta-feira, 28 de junho de 2012

Marco da Guerra Fria caiu em 9 de novembro de 1989

 


Símbolo maior da Guerra Fria, o Muro de Berlim foi construído em 1961 e dividiu por 28 anos a Alemanha em dois blocos: a República Democrática da Alemanha - que seguia o regime socialista liderado pela União Soviética - e a República Federal da Alemanha -conduzida sob o regime capitalista. Depois da derrocada dos regimes socialistas, ele foi derrubado em 9 de novembro de 1989.

Porém, para entender a divisão do território, é preciso voltar no tempo, mais precisamente até o final da Segunda Guerra Mundial (1945), quando o país foi dividido pela Conferência de Potsdam em quatro zonas comandadas por soviéticos, franceses, britânicos e norte-americanos, vencedores da guerra. Apagar as marcas do nazismo e empreender um processo de reconstrução era o objetivo maior desses países aliados.

Contudo, a chegada dos recursos do Plano Marshall em 1947 - concebido pelo general George Marshall, então secretário de Estado dos EUA, para ajudar na reconstrução da Europa devastada pela guerra- fez com que a União Soviética se recusasse a participar do programa de recuperação, temendo que os dólares pudessem colocar em risco a hegemonia de Moscou no leste.

O então líder da União Soviética, Josef Stálin, reagiu à reforma monetária e à implantação da nova moeda na Alemanha, o marco alemão, ordenando o bloqueio do setor ocidental de Berlim, que estava controlado pelos defensores do capitalismo.

Convencido de que a interdição do acesso a Berlim ocidental forçaria a rendição das forças de ocupação, Stálin foi surpreendido por uma resistência, que conseguiu abastecer durante 11 meses a área bloqueada. 

Com a suspensão do cerco de Stálin em maio de 1949 de forma diplomática, surgiram a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, consolidando a divisão do país.

O Muro de Berlim

Berlim ocidental se transformou num enclave capitalista em território inimigo. Vitrine privilegiada da economia ocidental, atraiu centenas de cidadãos orientais que arriscavam a vida para alcançar o outro lado. 

Decididos a conter o fluxo de refugiados, os comunistas começaram a erguer o Muro de Berlim em 13 de agosto de 1961. O muro era formado por duas barreiras de concreto de 2,40m, cercas de arame farpado com armadilhas e torres de guarda. O muro separou amigos, famílias e uma nação. Na tentativa de buscar melhores condições do outro lado da barreira, dezenas de pessoas foram mortas por soldados que tinham ordem de atirar.

A queda do muro não dependeu de nenhuma ordem oficial, apenas o desejo latente e cada vez maior de liberdade, união e reencontro, além do enfraquecimento dos regimes socialistas. Um mal-entendido em relação a um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, somado às pressões políticas e sociais externas e internas, provocou a derrubada do Muro de Berlim.

Reunificada oficialmente em outubro de 90, a Alemanha rica e próspera luta ainda hoje para superar a desigualdade existente entre ossies (orientais) e wessies (ocidentais).

Berlin












 


Se Berlim já era uma cidade curiosa antes da queda do muro e da reunificação das duas Alemanhas, hoje ela é, seguramente, uma das capitais mais interessantes para visitar. É possível dizer que cultura, salsicha e cerveja estão para a capital alemã assim como suíngue, suor e cerveja para o Rio de Janeiro. 

Apesar de seu passado histórico, Berlim está ganhando uma nova cara. As antigas formas sólidas estão recebendo, aos poucos, tons de modernidade e transparência, muita transparência. 

A nova arquitetura da cidade conta com edifícios mais altos, mais modernos. Como dizem os berlinenses, são as "torres de vidro", nítidas em Potsdamer Platz, bairro da ex-Berlim oriental, por exemplo, que há sete ou oito anos não passava de um pedaço de terra vazio e abandonado. 

O antigo e o novo 

Para quem nunca esteve na cidade, o primeiro contato com o lado oriental pode parecer confuso ou estranho: a dúvida fica entre a beleza das estruturas antigas e a tecnologia utilizada na construção da parte nova. Os que estiveram em Berlim antes de 93 e estão voltando para visitá-la chegam a se surpreender. 

Boa parte da cidade está coberta por tapumes e redes de proteção, e alguns museus estão temporariamente com suas portas fechadas, mas nada disso diminui a beleza do local. 

São 180 museus, cerca de 500 igrejas, mais de 5.000 bares (com cerca de 6.800 marcas de cerveja alemãs), 135 teatros e três Óperas, além dos parques, monumentos e galerias espalhados pela cidade. 

Fora isso, Berlim tem atualmente 435.117 estrangeiros, vindos de 185 países diferentes, que mantêm residência fixa na cidade e, obviamente, somam suas riquezas culturais a dos alemães. 

Os bairros 

Kreuzberg, o bairro jovem e alternativo de Berlim, continua igual. Muitos estrangeiros, muita música, muitos artistas, muitos turcos e a busca incessante pela preservação da boa qualidade de vida. Quem vai a Berlim tem de conhecer Kreuzberg, o bairro da juventude alternativa. 

No entanto, Kreutzber perdeu seu reinado de vida noturna para Prenzlauer Berg -bairro da ex-Berlim oriental- depois da queda do muro em 1989, quando o antigo lado oriental começou a aparecer como uma novidade, algo curioso para ser visitado e que caiu no gosto dos berlinenses e dos turistas.